San Alberto – Minga Porã

Lavagem em San Alberto, 2010.

San Alberto amanheceu nublada, devido ao barro vermelho tem-se um curioso costume de se lavar incessantemente o chão e as calçadas dos estabelecimentos comerciais. Outro costume brasiguaio é tirar os chinelos ao entrar em casa. Os paraguaios vivem bem com a terra. Já havíamos notado que as casas são muito limpas e enceradas.
Em busca de um mapa da região resolvemos entrar na escola, lá conhecemos o diretor. Amancio, um senhor muito educado nos contou sobre a história do lugar, sobre a hibridização das culturas, a influência do lago de Itaipu, de sua pesquisa sobre questões culturais e ambientais da região de San Alberto. Conhecemos também parte de sua família – Beatriz e Gracinda. Gracinda é brasileira, Beatriz é paraguaia. Falam muito bem os três idiomas, Amancio e Gracinda conversam em guarani, Beatriz prefere falar com o pai em castellano, mas entre elas a comunicação acontece em português.
No farto almoço, acompanhado de um bom vinho argentino, tivemos uma bela salada de idiomas.
Amancio nos ofereceu uma carona até Minga Porã em seu carro importado, diz ele que a irmã de Gracinda trouxe-o da Alemanha, a documentação menciona ter pertencido a Michael Schumacher, uma aventura em um BMW levemente alterado ao estilo paraguaio.
Minga Porã é o único município da região onde não há tantos brasileiros, isso aconteceu porque a origem do município se deu pela luta campesina no início dos anos 80. Uma cidade que apesar de nova, possui características culturais peculiares. Lá encontramos muita gente jogando volêi ou uma espécie de futvolêi nas praças e quintais das casas.
Amancio nos deixou no Restaurante e Dormitório La Delicia com Elisabete, que embora estivesse de saída nos deu várias dicas sobre o lugar. Ainda fomos ao mercado, e fizemos mais uma cópia do caderno de viagem, também ao estilo paraguaio. Notamos que não há variedade de alimentos e há um desequilíbrio entre o custo de uma hospedagem ou da lavagem de roupas em comparação aos alimentos, proporcionalmente muito mais caros.
Na fotocopiadora Vicentin nos disse para procurarmos a associação Asagrapa, pois lá encontraríamos pessoas da cidade que poderiam falar com propriedade sobre Minga Porã.

Conteúdo originalmente publicado em 16/01/2010 no blog Trânsitos à margem do lago da extinta página web Rede Kuai Tema de Pontos de Cultura

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