Linda ajuda mútua ou Minga Porã, assim podemos chamar o município mais paraguaio da zona de influeza do lago de Itaipu. Sua história sintetiza a luta do povo para sobreviver a radical mudança cultural que se estabeleceu desde a Revolução Verde.
Pela manhã fomos até Asagrapa, uma associação de agricultores campesinos, onde há também a Associação de Mulheres Campesinas. Encontramos com Anunciación, coordenadora da associação de mulheres. Ela nos recebeu em sua casa e explicou como as mulheres se organizam e participam das decisões. A associação luta por uma vida sustentável, voltada à plantação orgânica, semeada com sementes nativas. Nos ensinou um pouco de guarani. Sua família é uma das pioneiras de Minga Porã. Chegaram a ser presos na ditadura em prol da emancipação político-administrativa da cidade. Tomamos muitos tereres.
Na parte da tarde, na beira da estrada aguardamos por um ônibus que nos levasse até Salto del Guairá. Um táxi comunitário parou, felizmente havia lugar para mais dois. Na região do Alto Paraná as corridas de taxi custam quase o mesmo que as de ônibus, com direito a muita música brega e volume alto. Em cada nova parada muita gente subia ou descia. Cerca de uma hora e meia depois estávamos em Salto del Guairá. Ficamos hospedados numa espelunca chamada Hotel Colônia. No domingo os mais jovens desfilam com suas motos pela avenida principal. Num boteco perto da balsa rolou uma alegre festa paraguaia, com banda, dança e até tucano.
Conteúdo originalmente publicado em 17/01/2010 no blog Trânsitos à margem do lago da extinta página web Rede Kuai Tema de Pontos de Cultura